SATÉLITE – RISCOS E TENDÊNCIAS
Elaborado por: William Hemmings, Diretor Consultor de Novos Negócios da Unisat - Consultoria e Treinamento, empresa parceira da Rede Cineplaneta.
HISTÓRICO
Na década de 2000, desembarcaram no Brasil Operadoras Internacionais que lançaram novos Satélites, com cobertura sobre o território nacional e devido ao excesso de oferta, em 2006 as tarifas estiveram em torno da metade do valor praticado pelo mercado internacional, sendo assim, estas Operadoras passaram a investir em outros Continentes com maior retorno, como a África, por exemplo.
Em 2008, as Operadoras começaram a recuperar parte do valor das tarifas na moeda dólar e decidem lançar novos Satélites Brasileiros para substituírem os que estavam em final de vida útil, mantendo a continuidade dos serviços, mas, com pouca nova capacidade disponível para novos projetos.
RISCOS (demanda aquecida)
Estas novas capacidades que os satélites estão trazendo para ofertar no Brasil, em alguns casos, podem ser comutadas para outras regiões da América do Sul, sendo esta uma técnica que as Operadoras utilizam para comercializar capacidade espacial mais rapidamente, logo alguns transponders podem desaparecer rapidamente da lista de oferta, pois esta comutação se faz em bloco de transponders.
Por outro lado, porém, existe uma gigantesca demanda das Operadoras de Celulares
na implantação do projeto Plano Nacional de Banda Larga e de expansão da banda larga através da tecnologia 3G em todo território nacional, usando "backhaul" de satélite para chegarem aos locais mais remotos do Brasil, em curto espaço de tempo (projeto este que é prioridade do Governo Brasileiro).
De igual modo, cada vez mais, existe uma gama enorme de vídeos circulando na Internet ampliando de forma dramática o tráfego nos "backbones" das Redes das Operadoras Fixas, que também se utilizam da tecnologia satelital. Aliado a esse cenário, existe um novo entrante no mercado de TV por Assinatura via satélite (DTH), que também utilizará bastante capacidade espacial.
O Governo Federal vem ampliando os projetos de inclusão social utilizando satélite, como o GESAC e as redes de comunicação de dados já existente, via satélite, necessitam de maior velocidade por ponto de acesso, isto tudo, implica num consumo maior de MHz.
No segmento de Radiodifusores estão aparecendo novas demandas com os projetos de Interiorização da TV Digital, o que algumas Emissoras chamam de TV Digital Rural (TVDR), a TV em 3 Dimensões (TV 3D), além do mais transmitir via satélite um conteúdo em “High Definition” (HD) implica em utilizar mais capacidade espacial.
O Brasil despertando maior interesse na comunidade internacional aliado aos novos eventos esportivos, Copa e Jogos, várias Emissoras de fora do Brasil já demonstraram interesse de terem seus conteúdos distribuídos pelas Operadoras de TV por assinatura no Brasil. Para estes conteúdos chegarem aos “Head End”, vão necessitar de capacidade espacial.
A aplicação Ensino à Distância no Brasil continua crescendo utilizando o satélite como veículo para viabilizar as salas de aula remotas.
Para apimentar um pouco mais o ambiente espectral, um grupo de operadoras de serviços móveis a nível Global vêm reivindicando parte da faixa de freqüência que hoje é utilizada pelos satélites em banda C, logo, é possível que os novos satélites percam a possibilidade de ofertar capacidade equivalente a até três (3) transponders.
Tendências
Entretanto, nem tudo é notícia ruim: o mercado Brasileiro ganhará novas faixas de freqüência, pois a Anatel vai licitar seis (6) novas posições orbitais Brasileiras em 2011, sendo assim, haverá mais capacidade espacial disponível nas bandas L, X, C, Ku e na nova Ka, mas para construir os novos satélites nós vamos ter que esperar entre 2 e 3 anos para estarem operacionais.
Prevemos o aumento da tarifa do MHz (unidade de capacidade espacial) na moeda dólar devido aos seguintes fatores:
• O custo de fabricar o satélite, seu lançamento e o seguro vêm subindo no mercado internacional;
• O movimento de Consolidação do Mercado de Operadoras de Satélite (uma Operadora adquirindo ou fundindo-se a outra), ou seja, implica na redução da opção de compra;
• A demanda está aquecida;
• No Brasil, ainda se pratica uma tarifa inferior a Internacional, na moeda dólar, logo existe uma tendência, de ainda em 2011, o mercado se ajustar a esta tarifa.
Com a tendência de alta nas tarifas, os contratos deverão ser assinados com maior período de duração, ou seja, migração de 3 para 5 anos.
Crescerá a movimentação de satélites em órbita, de regiões onde o mercado esteja atendido para áreas em que a demanda esteja aquecida, logo está deve ser um dos trunfos que as Operadoras Internacionais se utilizarão para prover capacidade espacial no período da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos.
Por último, mas não menos importante, os Radiodifusores Regionais, vão evoluir na forma de adquirem novos “uplinks” e capacidade espacial. Além do custo, eles terão que se preocupar em analisar vários Cálculos de Enlace e avaliar Tecnologias que reduzem o uso da banda, ou seja, serão mais técnicos na tomada de decisão (a verdadeira economia). Isto vai impulsionar o crescimento do investimento em Treinamento e/ou contratação de Suporte Técnico especializado.
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